sábado, 15 de dezembro de 2012

Fim de tarde


Agonizantes
moscas
que caem
nas lamparinas...

Dançarinas
tão serenas
quando fritam
amenas
no calor mercúrio...

E se há silêncio
sei que morreram
mas não antes do lirismo
sádico, que não adapto
ao morrer humano, que é sempre triste
pois não sabemos perder sem sofrer

não aprendemos
que somos
tão banais
quanto pardais
em fios de alta tensão

dão-me um choque
e caio em baque oco,
tão tosco,
no chão.

- Caio Augusto Leite

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