sábado, 15 de dezembro de 2012

Quando compro um livro


Não compro o poema,
não compro o romance
e nem as Leis de Newton.

Compro o papel,
a tinta,
a mão de obra escrava chinesa.

Compro a forma (ó)
a forma (ô)
o invólucro.

Mas o segredo,
editorado e agenciado,
é sagrado e flutua

quem captura
um verso em rede?
Quem prende a metáfora
em linha de costura?

O que compro é a madeira,
só pra poder
beber a seiva.

- Caio Augusto Leite

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